domingo, 9 de maio de 2010

Das Confissões que ninguem se dispõe a ouvir...


Entrei em corto circuito. minha cabeça se encheu de pensamentos diversos e de repente uma amargura me embarca e é inelutável. É de novo a vontade de fugir, é de novo o sufoco, a ânsia de vomito, o mundo não quer parar para me aliviar, a vida segue e parece que cada segundo é uma grande dificuldade, me canso. Penso, respiro, penso mais uma vez. A alegria que os outros vem, a confiança que muitos depositam, como explicar que são apenas impressões? que não poderia nem se quisesse me comprometer, como explicar que sou uma pessoa péssima, que tenho medo dos outros, que não quero que ninguém chegue perto, como explicar que não quero que esperem nada de mim, porque tenho medo de uma unica coisa: a impotência. Quando nos aproximamos, quando sentimos a empatia, quando enxergamos as razões e os motivos de perto, só cultivamos a impotência, de não poder fazer nada a final, nem bom nem ruim, não podemos mudar nada.
Somos porque não sou uma nem mesmo querendo, sou varias e delas, todas se consomem na dor, na dor que representa conhecer a si mesmo e mesmo querendo, não conseguir mudar nada. Cultivo a paciência para aquilo que não posso mudar, sou prefeicionista, sou decidida, sou obstinada, idealista. As características simplesmente não combinam, são molotov. A amargura talvez venha delas todas, ou talvez venha de nenhuma, talvez seja fruto da ingenuidade que para alguns é mítica para outros palpável, porque não existe um meio termo.
A ânsia de vomito vem das mascaras, das mascaras que não resisto porque entre todos, metade são inimigos e metade deveriam ser protegidos, não conheço o meio termo de forma alguma. tenho medo, tenho medo porque não gosto de ser instrumento, tenho medo porque não entendo, porque parece que a leve conexão com o mundo real só se afasta, tenho medo porque do real nada mais reconheço, porque todo parece brincadeira de criança com tamanha seriedade que o mundo acredita nela. Tenho medo de não querer jogar o jogo. E se me encontrar frente ao espelho nada mais eu reconheço, o que tem desse lado, o que tem deste? o que é real o que é sonho? vivo dividida e não conheço mais a linha tênue que deveria manter a minha sanidade...
Tenho medo porque enlouqueci de vez, tenho medo porque talvez no meio da amargura desista...tenho medo e o conforto não existe, não há palavras que digam o que é real, não há ações que confirmem o meu sonho...tenho medo porque não há elefantes voadores nem relógios derretendo. Estou apavorada!